O feedback é uma conceituação direcionada ao retorno de informações e dados a respeito de um desenvolvimento, comportamento ou processo. No contexto das organizações, o feedback empresarial tem enquanto foco o estímulo e manutenção de avaliações relacionadas aos colaboradores.

Portanto, saber como fazê-lo é importante para a evolução de vários aspectos da empresa, já que a sua ausência tende a instaurar uma cultura organizacional de constantes falhas e incertezas. E quando bem realizado, impulsiona, qualifica e traz mais assertividade para as funções e tarefas a serem exercidas.

Por isso, confira neste post um pouco mais sobre o que é o feedback empresarial, como aplicá-lo em 9 dicas práticas e ainda mais. Confira!

O que é o feedback empresarial?

O feedback empresarial é uma metodologia estabelecida no diálogo entre gestor e colaborador, onde ocorre uma devolutiva e análise relacionada a desempenhos, comportamentos, processos ou estratégias que vêm sendo desenvolvidas ou que poderão ser colocadas em prática.

Isso porque ele não tem enquanto objetivo somente os resultados, mas também de estimular e impulsionar habilidades e aptidões. Quando bem aplicado, tem o potencial de melhorar a produtividade, fortalecer o clima organizacional e promover a melhoria contínua de pessoas e projetos.

Já quando realizado de forma pouco assertiva, tem o potencial de causar desmotivação, desinteresse e enfraquecimento de profissionais e equipes.

Leia mais: Como motivar uma equipe: dicas práticas para incentivar os funcionários

Como deve ser feito o feedback empresarial?

Existem variadas etapas que podem levar à construção de um bom feedback. Ele pode ser desenvolvido com o auxílio de ferramentas de análise, como a avaliação 360 graus, ou utilizando de outros recursos.

Entretanto, independentemente do momento de sua aplicação, algumas etapas e cuidados precisam ser consideradas. Confira:

1. Tenha um objetivo e contexto bem estabelecidos

Busque colher todas as informações e dados necessários antes de realizar esse feedback e tenha um objetivo bem definido para a sua realização. Caso contrário, esse momento pode soar pouco assertivo e muito generalista, desqualificando a potência de sua aplicação.

Mostre de que maneira tal desenvolvimento ou comportamento pode estar impactando, de maneira positiva ou negativa, a cultura da organização e os processos.

2. Seja oportuno ao escolher o momento de sua aplicação

O colaborador executou uma ação de grande repercussão? Saiba identificar o momento apropriado para realização do feedback. Não aguarde grandes períodos para aplicá-lo, pois ele precisa ocorrer com certa agilidade e precisão.

Para ler depois: Quais os tipos de feedback?

3. Saiba definir quem irá conduzi-lo

Quem são os profissionais diretamente envolvidos com esse comportamento? Enquanto gestor, você está qualificado para fazê-lo? Conta com o apoio de um time de recursos humanos? Considere estes apontamentos para escolher corretamente quem deve estar presente nesse contexto.

4. Comece de maneira estimulante

Ser valorizado e reconhecido pelas suas conquistas é sempre gratificante para qualquer profissional. Identifique os êxitos alcançados pelo colaborador e comece comentando sobre eles.

Não vá direto para atividades mais complexas ou para correções de suas atividades anteriores sem antes mostrar o quanto você também valoriza seus aspectos positivos e dedicação.

5. Quebre o gelo e mostre horizontalidade

O momento do feedback pode produzir ansiedade entre seus funcionários, afinal, é comum associá-lo a um momento negativo e grandes correções.

Deixe claro que o seu objetivo com essa etapa não é a de torná-la aversiva, mas sim participativa e colaborativa.

Uma forma de demonstrar esse aspecto é pedir, no começo da conversa, um feedback ao contrário. Ou seja, busque ouvir o que o trabalhador está achando da organização, o que lhe deixa satisfeito e quais aspectos podem ser melhorados. Essa conduta também é uma forma de melhor compreendê-los.

6. Tenha como foco o lado profissional

O feedback envolve a correção de atitudes que não estejam vinculadas com os objetivos da empresa ou que estejam prejudicando o clima organizacional de alguma forma.

Imagine o cenário onde determinado funcionário esteja constantemente desmotivando seus pares. Ao pontuar essa situação, atenha-se ao contexto profissional e demonstre de que forma aquele comportamento está desalinhado com a boa condução dos colaboradores.

Ofereça sugestões de mudanças e propostas para solucionar as dificuldades do trabalho em equipes.

7. Saiba separar o público do privado

Existem diversas maneiras de realizar um feedback: ele pode ser realizado através de um e-mail, de um aplicativo ou em uma conversa pessoal. Essa escolha depende do contexto e do nível de complexidade das questões envolvidas, direcionando questões mais complexas a serem dialogadas pessoalmente.

Independentemente da forma, o mais importante é saber diferenciar o que pode ser compartilhado de maneira pública ou privada. Elogios tendem a ser realizados em equipe, para também motivar outros colaboradores.

Já críticas e sugestões de desenvolvimento são melhor aplicadas no âmbito privado, entre o gestor e o subordinado, respeitando a delicadeza da situação e a privacidade do funcionário.

8. Entenda que este retorno não é uma disputa

Não caia na armadilha da competitividade: o momento do feedback deve ser entendido como uma construção conjunta, que visa o desenvolvimento e aprimoramento profissional.

Os erros devem ser apontados com um objetivo, não sendo este um cenário de disputa entre um colaborador e os demais profissionais.

9. Os dois lados têm que saber ouvir

O momento da conversa só será assertivo se ambos tiverem a oportunidade de se expressar. Para compreender o outro é também preciso ouvir.

Enquanto gestor, questionamentos podem ser elaborados para incentivar esse diálogo, tais como:

  • O que você entendeu disso que lhe foi apresentado durante o seu feedback?
  • Qual é sua visão sobre o que lhe foi proposto?
  • O que você propõe para a construção de uma melhoria?
  • Como podemos auxiliá-lo?

De forma geral, atente-se, portanto, às seguintes premissas: Em que momento foi colhida a informação, qual comportamento ou desempenho em específico foi observado, seu impacto na equipe, qual a tendência com relação a essa ação e o que pode ser realizado para sanar ou impulsioná-la.

Quando dar o feedback?

O feedback deve ser realizado com frequência, nem que seja apenas para comentar sobre as tarefas que os colaboradores estão desenvolvendo. A periodicidade dessa atividade também é benéfica para desmistificar o conceito, já que muitos associam essa prática como negativa, gerando uma forte pressão e ansiedade na equipe.

Mas o feedback nada mais é do que um balanço, onde se colocam os pontos positivos e os aspectos a serem melhorados. E quando a empresa sabe como fazer um feedback empresarial da maneira correta, o medo ou a ansiedade vão desaparecendo. E, com o tempo, os colaboradores entendem ser uma oportunidade de amadurecimento do grupo e também do gestor, para o desenvolvimento mútuo.

Veja também: Como desenvolver liderança de maneira positiva e engajadora.

O que é importante no feedback empresarial?

Para que o feedback tenha sentido dentro do contexto e rotina do seu empreendimento, é necessário que seja estabelecida uma cultura empresarial na qual o diálogo tenha um papel estruturante, fazendo parte da rotina dos profissionais.

A abertura de uma comunicação constante e direta direcionam para a construção de vínculos de confiança e facilitam sua realização, impulsionando o desenvolvimento e alcance das expectativas. Portanto, esse estabelecimento precisa fazer parte da política e estratégia organizacional.

É necessária ainda que o feedback aconteça de forma organizada. É importante que o líder ou gestor dê sequência às respostas anteriores, produzindo sentido e continuidade às ações solicitadas aos profissionais.

Qual a importância desse retorno para colaboradores e gestores?

Para funcionários

Para os colaboradores, o feedback assertivo pode ser o ponto de mudança para o impulsionamento de seu senso de pertencimento e reconhecimento dentro de uma empresa.

Isso porque viabiliza o aperfeiçoamento de técnicas relacionadas à sua função, produzindo maior motivação e valorização desse trabalho, o auxiliando no aprimoramento e definições de objetivos e metas profissionais, ao apresentar com clareza as ações executadas e as expectativas para elas.

Profissionais que não possuem a chance de obter esse retorno tendem a apresentar comportamentos mais desconexos com os valores de uma empresa e menores chances de não alcançar uma evolução dentro de sua função.

Para gestores

Enquanto gestor, o feedback é um posicionamento estratégico, que visa uma condução coesa, assertiva e coerente de uma equipe.

Sem a sua realização, você arrisca desqualificar e enfraquecer o controle produtivo de seus colaboradores e projetos, já que essa ferramenta se apresenta ainda enquanto um significativo mecanismo de comunicação e fortalecimento da cultura organizacional.

Com isso, ao implantar o feedback empresarial enquanto elemento obrigatório, você assegura uma escuta capacitada, direciona para a motivação de colaboradores, aprimora desempenhos, soluciona gargalos e instaura uma orientação voltada para o treinamento contínuo.

E para que todos esses aspectos sejam bem conduzidos, é preciso que sua aplicação seja realizada com competências como empatia, comunicação pacífica e não violenta e inteligência emocional.

Esperamos que o artigo tenha lhe ajudado a aprender como fazer feedback empresarial da melhor forma. Lembre-se que o desenvolvimento constante é a base dos melhores resultados e produtividade, e que essa é uma importante estratégia de alcance desses objetivos.

Continue acompanhando nosso blog para continuar por dentro das principais informações e conceituações da área. A propósito, que tal complementar sua leitura com nosso post sobre Workflow e veja como definir um de maneira assertiva. Até o próximo post!

Autor

Autor de 2 livros publicados: "Lean Six Sigma: O guia básico da metodologia" e "101 Dúvidas sobre Lean Six Sigma". É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. Estudou Business and Process Management pela University of Arkansas - EUA, direcionando sua especialização em Lean Seis Sigma e Gestão Empresarial. Professor de empresas como BRF, Plasútil, Usiminas, Petrocoque, Avon, Mondelli, UNESP, JohnDeere e de mais de 60.000 alunos na comunidade online. Com mais de 30 mil certificados emitidos, é CEO da Frons, uma plataforma focada em melhoria contínua e gestão de processos.