As empresas que fazem o serviço de forma mais eficiente que os concorrentes possuem um grande diferencial competitivo. Por isso, não importa a área de atuação: seja na indústria ou em alguma organização, a preocupação com a qualidade está sempre presente nos processos. Entretanto, situações desfavoráveis ocorrem quando eles não acontecem conforme o que foi definido, o que pode causar problemas nos produtos finais. É exatamente este o ponto em que a ferramenta FMEA entra! Neste artigo, vamos apresentar a ferramenta FMEA, as vantagens de aplicá-la e como este recurso funciona na gestão ambiental das empresas. Confira:

O que é a ferramenta FMEA?

O nome “FMEA” é, na verdade, uma sigla para a expressão “Failure Mode and Effect Analysis”, que pode ser traduzida como “análise de modos de falha e seus efeitos”. O modo de falha está relacionado às formas que levam um processo a ocorrer de forma incorreta, e é composto por efeito, causa e detecção. O efeito, por sua vez, é a consequência que pode ser causada para o cliente. Já a causa indica o motivo da falha ter ocorrido, enquanto a detecção é feita para evitar falhas potenciais.

Essa metodologia permite analisar possíveis falhas e as consequências que poderiam ocorrer dentro da indústria. A FMEA identifica também eventuais não conformidades geradas pelos processos, os efeitos e causas que podem vir a ocorrer e ações de melhoria de alta prioridade. 

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O FMEA pode ser tanto de produto quanto de processo. No caso do primeiro, a metodologia busca as falhas que poderão ocorrer no produto de acordo com as especificações que foram definidas no projeto. Já o FMEA de processo, por sua vez, está relacionado às falhas que podem ocorrer durante o planejamento do processo. Aqui, são levadas em conta as não conformidades notadas no produto, relacionadas às especificações do projeto.

Como funciona o FMEA ambiental?

De forma resumida, podemos apontar que o FMEA funciona de acordo com algumas etapas. A primeira envolve a definição do processo que será analisado, seguida da escolha dos colaboradores para uma equipe – sempre prezando o aspecto multidisciplinar do time. Depois, é preciso definir qual é o modo de falha em questão, para então identificar quais foram os efeitos gerados, qual é a causa principal e outras causas que possam estar envolvidas.

Se os colaboradores notarem que há alto nível de risco, essas falhas podem – e devem – ser priorizadas. A próxima ação envolve a elaboração de prevenções, com um cronograma para realização da ação e um colaborador responsável.

Você pode estar se perguntando se estas fases da metodologia irão mudar no caso do FMEA ambiental. A resposta é que, na verdade, apenas algumas etapas vão mudar. 

De acordo com um artigo publicado no periódico científico “Revista Gestão Industrial” pela Universidade Federal de Campina Grande, o FMEA ambiental é formado por alguns passos fundamentais. O primeiro passo é definir uma equipe responsável e selecionar os itens do Sistema de Gestão Ambiental que serão usados durante o processo. Depois, é preciso realizar uma preparação prévia para a coleta de dados, seguida da pré-filtragem dos aspectos ambientais considerados, conservando os fatores que são relevantes e ressaltando como o processo e suas falhas determinam o impacto ambiental. 

Ao identificar as falhas do processo, e tendo bem claras as ferramentas de detecção delas, cabe aos responsáveis definir um nível nos índices de criticidade, baseado em três parâmetros que recebem pontuações em uma escala de 1 a 10: a gravidade do impacto (relacionada ao potencial dano ao meio ambiente em caso de falha), a ocorrência da causa (a probabilidade da falha se concretizar) e o grau de detecção (o quanto a falha pode ou não ser controlada). Assim, é possível ter uma estimativa sobre a gravidade da falha.

Com as noções dos riscos envolvidos, finalmente é possível analisar os riscos ambientais e propor um plano de ação adequado. E não se esqueça: o método FMEA deve ser revisado sempre que necessário, com eventuais ajustes e outras modificações sempre que houver necessidade.  Seguindo estes passos, o FMEA pode ser utilizado na definição de aspectos e impactos ambientais nos diversos tipos de atividades e empresas que exigem este processo.

Estudo de Caso: Empresa de Microeletrônica

Ainda no artigo que citamos acima, a ferramenta FMEA foi utilizada para identificar os aspectos e impactos ambientais de uma indústria de microeletrônica. A empresa em questão possui diversas práticas ambientais para tratar dos eventuais resíduos gerados durante o trabalho, buscando sempre a adequação às normas ambientais.

Vale lembrar que essa empresa está em fase de implantação do Sistema de Gestão Ambiental, o que confere uma imagem de sustentável e, portanto, com maior competitividade em relação às organizações concorrentes.

A ferramenta FMEA trouxe diversos benefícios para analisar os impactos e aspectos ambientais da gestão dessa empresa. Além de conferir mais organização ao trabalho que já vinha sendo realizado, a ferramenta demonstra grande sucesso ao descrever os processos e impactos da empresa para que, desta forma, seja possível minimizar as consequências nos produtos. 

Para finalizar, repare que a ferramenta FMEA é flexível, e pode ser utilizada em mais outros diversos ambientes industriais, de modo que não se restringe apenas à microeletrônica.

Continue seus estudos com a ferramenta FMEA com as seguintes leituras:

Guia FMEA: um exemplo prático de uso da ferramenta

O método FMEA e a Segurança no Trabalho

Tipos de FMEA: como as equipes operam dentro da empresa\

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Autor

Autor de 2 livros publicados: "Lean Six Sigma: O guia básico da metodologia" e "101 Dúvidas sobre Lean Six Sigma". É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. Estudou Business and Process Management pela University of Arkansas - EUA, direcionando sua especialização em Lean Seis Sigma e Gestão Empresarial. Professor de empresas como BRF, Plasútil, Usiminas, Petrocoque, Avon, Mondelli, UNESP, JohnDeere e de mais de 60.000 alunos na comunidade online. Com mais de 30 mil certificados emitidos, é CEO da Frons, uma plataforma focada em melhoria contínua e gestão de processos.