Sem tempo para ler este artigo sobre o custo de um funcionário? Ouça o episódio #034 do Business Break, nosso podcast, e saiba como enxergar os gastos da sua empresa:

Os custos de um funcionário CLT para a empresa onde trabalha vai muito além de apenas o valor do salário e vale-transporte ou vale-alimentação. Confira outras despesas:

Salário

Férias

⅓  sobre as férias

13º salário

FGTS

Provisão para multa de rescisão

Vale-refeição

Vale-transporte

INSS Patronal

Risco Ambiental de Trabalho (RAT)

Alíquota de Terceiros

De acordo com uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas em parceria com a Confederação Nacional da Indústria, o salário recebido corresponde a apenas 32% do custo do funcionário para a empresa – isso se considerarmos o vínculo de 1 ano. 

Os 78% restantes são resultado da grande quantidade de impostos e diversas atribuições que são aplicadas tanto aos empregadores quanto aos trabalhadores.

A empresa que irá contratar o trabalhador arca com benefícios, encargos e várias obrigações, que podem acabar aumentando as despesas em até 183%.

Por isso, vamos ensinar como calcular o real custo de um funcionário para a empresa, como ele gera menos ou mais Retorno sobre o Investimento (ROI) para sua organização.

Como calcular o custo de um funcionário para a empresa

Para saber o verdadeiro custo do funcionário para a empresa, você deve dar o primeiro passo considerando os gastos diretos da contratação, que são aqueles que pagos diretamente ao colaborador em questão – ou seja, o salário e benefícios, como auxílios transporte e alimentação. 

Por exemplo: o primeiro gasto que a organização costuma ter com o profissional é o vale-transporte, o valor fornecido para o colaborador chegar ao local de trabalho. Embora ele seja responsável por 6% dos custos de transporte, o restante fica por conta da empresa.

Além dos encargos sociais, pode haver ainda mais gastos extras: basta supor que a empresa seja responsável pelos custos dos uniformes dos funcionários ou que haja colaboradores em afastamento por licença-maternidade ou licença-paternidade. Este último, ainda que temporário, resulta em ainda mais despesas para o negócio.

Para estar preparado e conseguir lidar com estas situações, é essencial que a empresa organize o seu financeiro com antecedência.

Um orçamento bem planejado e executado de forma cautelosa facilita o acompanhamento dos custos, controlando como a verba será gasta ao longo do ano.

Quer aprender a fazer um planejamento capaz de perceber todos os custos ocultos da sua empresa? Assista ao vídeo abaixo e descubra como desenvolver essa técnica por meio da metodologia Lean Six Sigma:

Depois, os gastos indiretos entram na conta, que são aqueles que o negócio paga ao governo e são exigidos por lei. Neste momento, vale lembrar que as despesas mudam de acordo com o regime tributário no qual a empresa se enquadra:

Simples Nacional

O Simples Nacional é um regime muito comum para micro e pequenas empresas, porque possui uma quantidade menor de encargos e seu critério de enquadramento é ter uma receita anual de 4,8 milhões de reais.

Voltando ao exemplo de um funcionário que recebe R$ 2.000,00, vamos calcular o custo mensal dele para uma empresa optante pelo Simples Nacional (os números entre parênteses são as porcentagens sobre o salário utilizadas para o cálculo):

  • Salário: R$ 2.000,00
  • Férias (8,33%): R$ 166,67
  • ⅓ sobre as férias: R$ 55,56
  • 13º salário (8,33%): R$ 166,67
  • FGTS (8%): R$ 160,00
  • Provisão para multa de rescisão (4%): R$ 80,00
  • Vale-refeição (R$ 10,00 por dia): R$ 200,00
  • Vale-transporte (R$ 10,00 por dia – 6%): R$ 80,00
  • Total: R$ 2908,86

Lucro Real e Lucro Presumido

Assim como o Simples Nacional, o Lucro Presumido também é um regime geralmente adotado por micro e pequenas empresas, devido aos requisitos de faturamento anual de até 78 milhões de reais e a necessidade de fazer parte de categorias profissionais específicas.

Em contrapartida, o Lucro Real é mais comum em negócios maiores, porque seus requisitos são ter uma receita anual maior que 78 milhões de reais ou ter recebido ganhos do exterior.

Nesses casos, as instituições precisam arcar com mais 3 encargos: o RAT, que varia entre 1% e 3% do salário de acordo com o grau de risco da função, o INSS Patronal e a Alíquota de Terceiros (Sistema S). 

Então, adicionando os valores ao exemplo do Simples Nacional, os custos ficam assim:

  • RAT (1%): R$ 20,00
  • INSS Patronal (20%): R$ 400,00
  • Alíquota de Terceiros (5,8%): R$ 116,00
  • Total: R$ 3.444,86

Faça essas contas com mais agilidade e facilidade por meio da Calculadora de Custo de Funcionário para Empresa.

Menos ROI sobre o custo do funcionário

É comum ver funcionários apresentando problemas em seu desempenho. 

Às vezes, falta motivação na hora de realizar as tarefas já conhecidas com o mesmo empenho que havia antes.

Pode ocorrer também insatisfação com a função, estresse pela quantidade de atividades e até mesmo problemas externos mostrando seus reflexos na rotina do colaborador.

Seja lá qual for a causa, há algo que pode ser afirmado com tranquilidade: funcionários com comportamentos negativos causam impactos tanto em si próprios quanto na empresa onde trabalham. 

Se o colaborador está infeliz com o trabalho, uma saída simples seria pedir demissão. Entretanto, esse é um cenário que costuma assustar, além de causar desânimo só de pensar em ficar ali em uma empresa que já não parece mais tão amigável por tempo indeterminado.

Há alguns sinais que indicam se a empresa está perto de começar a ter prejuízos com colaboradores insatisfeitos, como erros básicos em tarefas simples. 

Mesmo que sejam pequenas, essas falhas demonstram falta de comprometimento. E, além disso, causam perdas de tempo para realizar a correção do problema.

O oposto também pode ocorrer: imagine que o time está entregando uma quantidade muito maior que o usual de trabalho.

No entanto, o preço disso é o sacrifício do padrão de qualidade da organização. Este é outro exemplo de momento para acender o sinal vermelho.

Situações como essas, além de impactarem a produção, trazem prejuízos para a instituição, uma vez que exigem mais recursos e tempo para corrigir erros que ocorrem por motivos diversos.

Mais ROI sobre o custo do funcionário

A eficiência é uma característica que costuma acompanhar os bons colaboradores e é muito apreciada pelos gestores.

Afinal, muito dela vem das experiências que cada pessoa vive e, a partir do comportamento diante delas, as pessoas vão aprendendo a lidar com situações diversas.

Por outro lado, vale deixar claro que um profissional eficiente não é, necessariamente, aquele que consegue realizar várias tarefas com perfeição ao mesmo tempo.

Mas, sim, quem consegue direcionar seus esforços às tarefas de maior importância, analisando criticamente o que pode ser delegado ou não.

Um funcionário que tem uma boa noção das suas atividades e nos impactos que elas podem trazer é, com certeza, extremamente valioso para a empresa onde trabalha.

Quando se tem a plena compreensão das tarefas a serem feitas e os conhecimentos e habilidades necessários para sua realização, o colaborador pode finalizar o que está pendente em menos tempo.

Vale lembrar que se as ações são desempenhadas de forma eficiente pelo colaborador, não importa se sua função é vender ou atender clientes.

Dessa forma, ele com certeza trará mais segurança para os consumidores que contratam os serviços da empresa, que poderão confiar mais na organização para realizar os serviços solicitados. 

Como otimizar mais os custos para a empresa?

Se você precisa de mais flexibilidade para organizar e calcular os custos de colaboradores para a sua empresa, aqui vai uma planilha de custo de funcionários para empresas.

Otimizar os custos de uma empresa pelo lado dos funcionários é uma ótima forma de analisar e aperfeiçoar as despesas. 

Mas, existem outros fatores que afetam a otimização dos gastos que vão além da mão de obra e que precisam de atenção também. Atentar-se a isto pode potencializar ainda mais as melhorias.

Então, agora que você já sabe os impactos que um funcionário pode ter nos custos do seu negócio, sugerimos que você assista ao vídeo abaixo e leia os conteúdos a seguir para ter outras ideias de como otimizar ainda mais os custos:

Como reduzir custos fixos de uma empresa?

Indicadores de capital de giro: 4 métricas e porque monitorá-las

Como reduzir custos em uma empresa: 04 ações rápidas e fáceis

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Autor

Autor de 2 livros publicados: "Lean Six Sigma: O guia básico da metodologia" e "101 Dúvidas sobre Lean Six Sigma". É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. Estudou Business and Process Management pela University of Arkansas - EUA, direcionando sua especialização em Lean Seis Sigma e Gestão Empresarial. Professor de empresas como BRF, Plasútil, Usiminas, Petrocoque, Avon, Mondelli, UNESP, JohnDeere e de mais de 60.000 alunos na comunidade online. Com mais de 30 mil certificados emitidos, é CEO da Frons, uma plataforma focada em melhoria contínua e gestão de processos.