Quem trabalha com gestão empresarial e operações não cansa de ouvir falar em indicadores de desempenho.

No final das contas, muitas vezes, esse conceito acaba sendo banalizado e usado de forma errada.

Mas quem trabalha na área industrial sabe da importância de indicadores de produção para a gestão do negócio. Sem acompanhar os processos, é impossível perceber desvios e tomar medidas corretivas a tempo.

Por isso, selecionamos 3 dos mais usados indicadores de produção industrial para você conhecer a fundo. Assim, pode passar a usar em sua empresa, se é que já não está usando.

3 indicadores de produção industrial que você precisa conhecer

Ao usar os indicadores de produção industrial, você poderá muito mais que apenas acompanhar processos e ajustar as atividades, se necessário. Se este trabalho for feito de forma correta, é possível iniciar um processo de melhoria contínua.

Isto é: sempre que os indicadores de produção industrial mostrarem um desempenho abaixo do desejado, não basta apenas corrigir procedimentos de forma pontual.

É preciso analisar os processo, redesenhá-los para se tornarem mais produtivos e, em seguida, voltar a analisar os resultados dos indicadores de produção industrial.

E, toda vez que indicarem uma performance inadequada, re-iniciar esse ciclo, promovendo, dessa forma, a melhoria contínua dos processos.

Confira os principais passos de melhoria contínua para conquistar resultados sólidos!


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Mas quais indicadores de produção industrial usar em seu negócio?

Confira a nossa seleção!

1- Overall Labor Effectiveness – OLE

OLE é uma sigla em inglês para as palavras Overall Labor Effectiveness. Significa Eficácia Geral do Trabalho.

Pelo nome, parece um bom indicador de produção industrial para se usar, não acha?

Por ser geral, esse indicador leva em conta 3 fatores que afetam diretamente a produtividade e eficácia no trabalho: disponibilidade, desempenho e qualidade.

Entenda melhor cada um desses fatores:

  • Disponibilidade: a porcentagem total do tempo de trabalho dos colaboradores que é efetivamente usada no processo produtivo (descansos não programados, por exemplo, diminuem essa porcentagem)
  • Desempenho: se refere a quantidade de peças (ou outras entregas) produzidas em relação ao total esperado. Também é medida em porcentagem
  • Qualidade: a porcentagem da produção que não apresentou defeitos

Tendo apuradas essas porcentagens, o cálculo do OLE se faz multiplicando uma pela outra.

Veja um exemplo:

Disponibilidade: 89% = 0,89

Desempenho: 92% = 0,92

Qualidade: 96% = 0,96

OLE = Disponibilidade x Produtividade x Qualidade

OLE = 0,89 x 0,92 x 0,96

OLE = 0,7860

OLE = 77%

2- On Time In Full – OTIF

Outro acrônimo da língua inglesa, OTIF se refere a expressão On Time IN Full. Pode ser traduzida como: no horário e completo.

O indicador OTIF é usado para acompanhar entregas de produtos e serviços, seja para clientes internos ou externos. Ele pode afetar o nível de satisfação dos seus clientes e, por isso, deve ser acompanhado de perto.

Assim, o indicador OTIF vai analisar 2 critérios:

  • On Time: todos os compromissos com o cliente foram atendidos no horário prometido?
  • In Full: tudo que o cliente queria foi entregue, ou faltou algum item? E as especificações, estavam ok?

Assim, a integração desses dois fatores produzirão um indicador completo para avaliar o desempenho das entregas.

Veja um exemplo:

95% das entregas foram feitas no horário: OT = 0,95

98% das entregas foram completas e dentro das especificações: IF = 0,98

OTIF = % On Time x % In Full

OTIF = 0,95 x 0,98

OTIF = 0,931

OTIF = 93:

3- Overall Equipment Effectiveness – OEE

Já vimos como se calcula a Eficácia Geral do Trabalho. Agora, de forma análoga, vamos conhecer mais um indicador de produção industrial, só que este mede a Eficiência Global dos Equipamentos, e não do trabalho.

OEE (Overall Equipment Effectiveness) é a tradução para o inglês dessas 3 palavras.

Com esse indicador de produção industrial é possível verificar o desempenho dos equipamentos utilizados, perceber se estão operando com dificuldade, se é preciso fazer manutenção ou mesmo trocá-los.

O OEE leva em conta 3 fatores: disponibilidade, produtividade e qualidade.

Entenda melhor cada um esses pontos:

  • Disponibilidade: porcentagem do tempo disponível que os equipamentos realmente estiveram em operação
  • Produtividade: porcentagem da produção esperada que realmente foi atingida, na prática
  • Qualidade: percentagem de peças sem defeito em relação às peças totais produzidas

OEE = % Disponibilidade x % Produtividade x % Qualidade

Vamos a um exemplo?

Uma indústria apresentou 91% de disponibilidade dos equipamentos, que atingiram 97% da produção esperada e apresentaram 99,9% de peças sem defeitos.

OEE = 0,91 x 0,97 x 0,999

OEE = 0,8818

OEE = 88%

Como referência, podemos dizer que um OEE de 85% pode ser considerado bom. Mas, além disso, os demais parâmetros também devem superar algumas porcentagens:

  • A disponibilidade maior ou igual a 90%
  • A produtividade maior ou igual a 95%
  • A qualidade maior ou igual a 99.9%

Que achou desses indicadores de produção industrial? Já usa em sua empresa? Conte para nós sua experiência com eles!

Este post foi escrito pela equipe da Siteware, uma empresa que une pessoas, operação e estratégia em um único software, para que as empresas melhorem seus resultados, sua comunicação e sua governança.

Autor

Autor de 2 livros publicados: "Lean Six Sigma: O guia básico da metodologia" e "101 Dúvidas sobre Lean Six Sigma". É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. Estudou Business and Process Management pela University of Arkansas - EUA, direcionando sua especialização em Lean Seis Sigma e Gestão Empresarial. Professor de empresas como BRF, Plasútil, Usiminas, Petrocoque, Avon, Mondelli, UNESP, JohnDeere e de mais de 60.000 alunos na comunidade online. Com mais de 30 mil certificados emitidos, é CEO da Frons, uma plataforma focada em melhoria contínua e gestão de processos.