Sem tempo para ler este artigo sobre gerenciamento de risco? Ouça o episódio 49 do Business Break, podcast da Frons:

O gerenciamento de riscos é um processo de análise que aponta a probabilidade de problemas surgirem em um projeto. Na avaliação, são consideradas fraquezas e ameaças do negócio que podem comprometer os resultados.

Toda empresa possui uma gestão de riscos, mesmo sem saber. Está no inconsciente de qualquer empresário e/ou funcionário adotar medidas que viabilizem o sucesso do empreendimento.

Mas será que a gestão da sua empresa está preparada o suficiente para enfrentar o mundo dos negócios?

Saber reconhecer oportunidades imperdíveis e possíveis ameaças requer análise e sabedoria. E toda empresa precisa disso para se consolidar no mercado. Para saber mais sobre o assunto, continue a leitura e confira os seguintes tópicos:

  • O que é gerenciamento de riscos?
  • Qual a importância da gestão de riscos?
  • Como gerenciar os riscos?
  • 5 ferramentas de gerenciamento de riscos
  • Qual o limite de risco aceitável?
  • Quem cuida da gestão de riscos?
  • Quais as consequências de não fazer gerenciamento de riscos?

O que é gerenciamento de riscos?

O gerenciamento de riscos consiste em processos que visam identificar, acompanhar e solucionar problemas que podem atrapalhar a execução de projetos. Dessa forma, é possível minimizar a ocorrência de falhas nos procedimentos da empresa.

Este controle se constitui como um passo anterior a algum problema, como se estivesse “prevendo o futuro”. O objetivo é perceber quais são os pontos frágeis de projetos ou processos, evitando que problemas ameacem o bom funcionamento da organização.

Assim, diminui-se a probabilidade de falhas e, caso ocorram, a companhia estará preparada para enfrentá-las da melhor maneira, o que pode deter consequências de alta gravidade.

Mas como isso funciona na prática? A gestão de riscos é aplicada por meio de diversas ferramentas e métodos. Uma das mais conhecidas é a análise SWOT, que você pode conhecer no vídeo abaixo:

Qual é a importância da gestão de riscos?

Estar um passo à frente dos problemas é importante para que o negócio evolua tanto nos resultados quanto na qualidade da gestão.

E o gerenciamento de riscos proporciona exatamente isso. Com ele, a organização consegue se preparar diante possíveis falhas e minimizar as consequências. 

Isso é de extrema importância. Afinal, falhas representam retrabalho, perda de produtividade, insatisfação dos colaboradores, entre outros fatores negativos.

Logo, ao evitá-las, o negócio pode caminhar em direção a um ambiente de trabalho mais produtivo, saudável e lucrativo.

Veja também: Equipe de alta performance: o que é, características e como desenvolver

Como gerenciar os riscos?

Agora você já sabe o que é gerenciamento de riscos e qual a sua importância. Mas como aplicá-lo em seu negócio? É mais simples do que parece, basta seguir estes cinco passos:

  1. Faça um planejamento;
  2. identifique os riscos;
  3. classifique-os;
  4. estruture planos de ação;
  5. monitore.

1. Faça um planejamento

O primeiro passo é entender e decidir como a gestão de riscos será feita. Alguma reflexões podem ser úteis nesta etapa, como:

  • Qual técnica será utilizada?
  • Quem serão os responsáveis?
  • Quais equipamentos ou materiais são necessários?

Neste primeiro momento, o intuito é realizar uma organização e estruturação, a fim de que as próximas etapas possam ser executadas de maneira adequada.

2. Identifique os riscos

Em seguida, é hora de partir para a identificação dos riscos. Aqui, utiliza-se as ferramentas de gestão para descobrir quais falhas podem ocorrer durante o projeto.

3. Classifique-os

As análises qualitativa e quantitativa são etapas necessárias para classificar as possíveis falhas. Neste momento, a empresa constrói uma escala de riscos de acordo com o critério que fizer mais sentido para ela.

A classificação pode seguir inúmeros fatores, como gravidade das consequências, probabilidade de ocorrências, entre outros. Analise a realidade do seu negócio para entender qual modelo é mais adequado.

4. Estruture planos de ação

Após identificar e priorizar os riscos, deve-se elaborar o plano de ação para solucionar esses problemas.

Este é um dos passos mais importantes do gerenciamento de riscos. Afinal, do que adianta identificar os possíveis riscos com antecedência e não se preparar para resolvê-los, não é mesmo?

Portanto, neste momento será definido o que fazer caso aconteça alguma das falhas mapeadas. Isso proporcionará benefícios imensuráveis à organização, uma vez que os problemas poderão ser solucionados com mais agilidade e eficiência.

5. Monitore

Por fim, mas não menos importante, deve-se monitorar os riscos. Somente assim será possível reagir ao problema com agilidade e garantir os benefícios da preparação construída com a gestão de riscos.

Leia também: Matriz de probabilidade e impacto: como criar e quais seus benefícios?

5 ferramentas de gerenciamento de risco

Como deu para notar no passo a passo apresentado, a gestão de riscos necessita de métodos para ser aplicada. Por isso, separamos cinco ferramentas que podem lhe ajudar:

  • PMBOK;
  • FMEA;
  • What if;
  • Análise Preliminar de Riscos (APR);
  • Os 5 porquês.

1. PMBOK

PMBOK é a sigla para Project Management Body of Knowledge — Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos, em tradução literal.

Não é exatamente uma ferramenta de gerenciamento de riscos, pois seu objetivo prioritário é ser um guia de boas práticas para a gestão de projetos. Contudo, o controle de riscos faz parte de seus benefícios.

De maneira simplificada, o PMBOK consiste na padronização de processos com o intuito de que a equipe do projeto os conheça com profundidade e os utilize da melhor maneira.

Uma vez que o fluxo de trabalho pode ser mais organizado e assertivo com este guia, há um controle mais adequado dos riscos.

2. FMEA

O FMEA (Failure Mode and Effective Analysis — Análise de Modos de Falha e seus Efeitos, em tradução livre) é uma das ferramentas mais conhecidas para análise e gestão de riscos.

O objetivo deste método é identificar e priorizar possíveis falhas em projetos, processos ou produtos. Além disso, contribui para o desenvolvimento de um plano de ação capaz de resolver esses problemas.

Quer saber mais sobre o que é FMEA e como aplicá-lo? Assista ao nosso vídeo abaixo:

3. What if

O What if (“E se…”, em português) é um método que possui um nome autoexplicativo. Consiste em prever os caminhos possíveis que um projeto pode tomar.

Dessa forma, pode-se identificar alguns dos possíveis problemas. A partir dessas informações, há a possibilidade de planejar medidas preventivas.

Para a aplicação prática deste método, deve-se organizar reuniões com os envolvidos nos projetos. Afinal, apenas profissionais que conhecem a fundo o que será realizado conseguirão desenhar cenários hipotéticos.

A questão é que a eficácia do What if depende da experiência dos colaboradores, uma vez que os cenários serão construídos com base naquilo que eles conhecem. Isso pode fazer com que as hipóteses sejam genéricas e superficiais.

Sendo assim, o ideal é que este método seja utilizado de maneira complementar a outras ferramentas de gestão de riscos.

4. Análise Preliminar de Riscos (APR)

A APR é uma ferramenta empregada no início de um projeto. Ela serve para identificar riscos que podem acontecer durante a sua execução.

A aplicação é bem simples e prática, consiste em listar todos os possíveis riscos, junto com suas causas e consequências. Em seguida, eles são classificados em notas de 1 a 3. Quanto maior o número, maior a gravidade da falha.

Este método pode ser utilizado em conjunto com What if. Como deu para notar, ambos possuem um funcionamento muito similar, que consiste na criação de cenários hipotéticos.

5. Os 5 porquês

“Os 5 porquês” é uma ferramenta usada para identificar a causa raiz dos problemas. Portanto, é mais um método complementar, uma vez que seu uso se aplica após os riscos já terem sido encontrados.

Sua aplicação prática é extremamente simples. Apenas consiste em repetir a pergunta “por que” cinco vezes, com o intuito de descobrir a causa de algo.

Importante destacar que não é uma regra repetir cinco vezes, o importante é chegar até a causa da falha.

Para esclarecer o funcionamento deste método, confira este exemplo:

  1. Por que a produção atrasou? Uma máquina quebrou;
  2. Por que a máquina quebrou? Os equipamentos não são revisados há um ano;
  3. Por que os equipamentos estão sem revisão? Houve um corte no orçamento de medidas preventivas;
  4. Por que houve esse corte? O orçamento foi destinado à compra de mais máquinas;
  5. Por que a compra foi necessária? A produção não estava dando conta da demanda.

Agora, ficou mais claro, certo? Neste exemplo, o problema era bem mais profundo do que parecia. À primeira vista, aparentava ser algo meramente técnico, mas, na realidade, estava relacionado a uma má gestão empresarial.

Qual o limite de risco aceitável?

O limite aceitável é aquele em que o risco ainda não é um problema e, sim, apenas uma possibilidade que “paira sobre o ar”.

No momento em que se concretiza, ele deixa de ser um risco e se torna um problema. Logo, as medidas que devem ser tomadas são corretivas, e não mais preventivas.

Confira também: Indicadores gestão de riscos: o que são e qual a importância estratégica na empresa

Quem cuida da gestão de riscos?

O profissional responsável varia de acordo com o departamento que ele faz parte. No geral, esta função fica com o líder do setor. Por exemplo, o responsável pelo gerenciamento de riscos da equipe comercial pode ser o diretor comercial.

Uma questão relevante sobre a área é que se trabalha muito com dados. Portanto, o profissional precisa ter um perfil analítico e estratégico. 

Esse colaborador deve agir com cautela e de forma racional, baseando suas decisões nas análises dos dados obtidos sobre cada área da empresa.

Quais as consequências de não fazer gerenciamento de riscos?

O gerenciamento de riscos não se trata apenas de evitar danos à empresa, mas também saber quais oportunidades valem a pena aproveitar.

Dessa forma, é uma necessidade de toda e qualquer empresa, já que quando se fala em boas oportunidades, trata-se também de aumento nos lucros!

Ou seja, não fazer uma gestão de riscos torna a experiência empresarial mais vulnerável a equívocos. Veja alguns exemplos:

Empresas de pequeno porte

As ameaças às pequenas empresas mais comuns são as seguintes:

  • risco de reputação; 
  • risco de segurança;
  • risco familiar.

Aqui, o gerenciamento de riscos pode atuar como um intermediário em questões familiares que podem prejudicar a empresa.

Empresas de médio porte/em expansão

Empresas que estão crescendo precisam, mais do que nunca, de gestão de riscos. É nessa fase que o negócio precisa dar um “up” para crescer ainda mais.

Logo, estar atento às ameaças é imprescindível. Nesta fase, cada atitude pode maximizar uma oportunidade ou derrubar a sua empresa.

Empresas de grande porte

Dificilmente grandes empresas se dão o luxo de correr riscos. As consequências de negligenciar possíveis problemas e até excelentes oportunidades podem ser avassaladoras!

Quem trabalha com este tipo de mercado sabe que para se manter sempre no topo é preciso ser visionário e estar preparado para os problemas antes que eles ocorram. Por isso, o gerenciamento de risco jamais deve ser deixado de lado.

Aprenda mais com um curso de gerenciamento de riscos!

Agora que você sabe o que é gerenciamento de risco e pode colocar em prática as principais ferramentas.

No entanto, recomendamos que você aprofunde seus conhecimentos com um curso de gerenciamento de riscos. A nossa certificação online Mentalidade de Riscos e Oportunidades pode lhe ajudar!

Nela, você aprende a identificar, analisar, monitorar e solucionar riscos. Além disso, o curso conta com apostila exclusiva, suporte de consultores altamente qualificados e certificado de conclusão reconhecido pela Associação Brasileira de Educação à Distância e pelo The Council for Six Sigma Certification.

Autor

Autor de 2 livros publicados: "Lean Six Sigma: O guia básico da metodologia" e "101 Dúvidas sobre Lean Six Sigma". É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. Estudou Business and Process Management pela University of Arkansas - EUA, direcionando sua especialização em Lean Seis Sigma e Gestão Empresarial. Professor de empresas como BRF, Plasútil, Usiminas, Petrocoque, Avon, Mondelli, UNESP, JohnDeere e de mais de 60.000 alunos na comunidade online. Com mais de 30 mil certificados emitidos, é CEO da Frons, uma plataforma focada em melhoria contínua e gestão de processos.