As métricas Seis Sigma são usadas para avaliar:

  • o desempenho dos processos empresariais;
  • o volume de falhas;
  • a efetividade das melhorias adotadas para a otimização de cada etapa da produção.

Antes de aprofundarmos sobre quais métricas Seis Sigma usar para medir a qualidade dos processos executados é importante nos lembrarmos do conceito básico acerca do que é a estratégia Seis Sigma.

O Seis Sigma é um conjunto de técnicas que têm o compromisso de realizar a melhoria contínua dos processos de uma organização. Para isso é feita uma coleta de dados sobre cada etapa da produção. Esses dados podem ser identificados como métricas.

A partir dessas métricas é possível avaliar o resultado de cada etapa presente em todos os processos executados em cada setor da organização.

Esses números permitem que seus especialistas identifiquem os erros e falhas de um processo e onde e quando acontecem, em um fluxo de trabalho.

Também é a partir dessas métricas que é possível identificar se o plano de melhorias aplicado foi efetivo.

Por meio da comparação sua equipe pode analisar os resultados colhidos antes da aplicação de estratégias de melhorias e os dados coletados após a execução das propostas de otimização de processos.

Para refrescar sua mente sobre o que é Six Sigma indicamos o vídeo abaixo:

Métrica Seis Sigma: 8 indicadores de melhoria contínua

1. Rendimento de Primeira Passagem (FPY)

Rendimento é uma métrica Seis Sigma que mede o número de peças fabricadas sem defeitos em uma única etapa do processo de produção.

A fórmula para encontrar essa medida é:

Número de unidades produzidas com sucesso na etapa/ Número total de unidades que iniciaram a fase

Para descobrir a porcentagem basta multiplicar por 100 o resultado.

Com essa métrica descobrimos quais as etapas de um processo todo estão gerando mais peças com defeitos.

Essa medida ajuda a definir quais etapas precisam se tratadas com prioridade pelo plano de melhoria que será traçado.

2. DPU

DPU é a medida de defeitos por unidade.

Quantos defeitos uma única unidade produzida apresenta?

Para entender essa medida é preciso ter em mente o conceito sobre o que é um defeito.

Em uma estratégia de Lean Six Sigma um defeito é algo que vai contra os requisitos do cliente. Ou seja, um defeito é uma não conformidade com as necessidade do cliente.

Essa métrica de Seis Sigma deve ser calculada pela fórmula:

DPU = Total de Defeitos / Total de unidades

Para fazer esse cálculo, assim como outros que listaremos a seguir, você deve usar uma amostra dos produtos para fazer o cálculo.

3. DPO

DPO, ou defeitos por oportunidade, é outro KPI Lean Six Sigma.

Oportunidade representa o número de possíveis erros que um processo pode gerar. 

Dessa forma, essa métrica Seis Sigma calcula a probabilidade de ocorrência de defeitos que um processo pode gerar.

Vamos considerar uma fábrica que produz tecido e estabelecer que existem 3 tipos de erros que podem acontecer durante a fabricação:

  • o tecido pode não ser tingido corretamente;
  • ter fios soltos mesmo após a tecelagem;
  • impressão de estampa errada e torta.

Dessa forma, o processo tem três oportunidades de erros.

Com esse dado seguimos para a fórmula que medirá o resultado do DPO:

DPO = DPU/OxU

Onde:

  • O: oportunidades de erros;
  • DPU: média de defeitos por unidade
  • U: unidades produzidas

4. DPMO

DPMO ou defeitos por milhão de oportunidades também estabelece uma probabilidade de erros em um processo.

O valor de milhão de unidades é usado como uma constante:

DPMO = DPO X 1.000.000

Ainda ficou confuso? O vídeo abaixo explica com exemplos o que são as três métricas (DPU, DPO e DPMO) e como calculá-las! Vale assistir para tirar suas possíveis dúvidas.

5. Partes por milhão (PPM)

Diferente do DPMO, que considera todos os erros que podem acontecer em todas as peças resultantes de um processo, o PPM mede a chance de ocorrência de um erro sem considerar que mais de uma falha pode ocorrer em uma peça.

Uma parte imperfeita é contabilizada como um único problema, mesmo que mais de uma falha seja encontrada.

O valor de um milhão também é uma constante para facilitar o acompanhamento da métrica Seis Sigma.

6. Nível de qualidade

Como o próprio nome sugere a métrica de nível de qualidade mede a qualidade do processo como um todo. Para isso:

  • avalie quantos defeitos por oportunidade seu processo gerou;
  • compare com o resultado com a escala padrão de nível de qualidade Sigma.

Para se aprofundar sobre o Nível Sigma de qualidade e compreender como alcançar os resultados dessa métrica Seis Sigma indicamos mais um vídeo:

7. Tempo do ciclo de fabricação

Simples, mas bastante eficaz, essa métrica Seis Sigma vai permitir que você identifique quanto tempo sua empresa demora para concluir uma etapa de um processo ou mesmo o processo como um todo.

Comece a calcular o tempo do ciclo de fabricação assim que uma peça começa a ser fabricada e pare o “relógio” quando ela for concluída.

Novamente, é possível calcular esse tempo em cada etapa e no ciclo total de produção.

Como você deve imaginar, o objetivo dessa métrica Seis Sigma é perceber se as melhorias aplicadas estão reduzindo o tempo de fabricação. 

Quando você gasta menos tempo para produzir, você pode produzir mais.

8. COPQ (tradução: custo da falta de qualidade)

A falta de qualidade em processos gera desperdício e desperdício gera custo.

Esse é um raciocínio direto, entretanto, quando sua empresa falha na produção de seus produtos ela também perde em tempo e tempo também é dinheiro.

Se você precisa refazer um pedido de um cliente você perde duas vezes:

  • o dinheiro que já foi investido na primeira fabricação;
  • ao não poder aceitar pedidos de outros clientes, porque o tempo está sendo investido em retrabalho desnecessário.

O custo da falta de qualidade se refere ao capital que você está perdendo por não oferecer um bom nível de qualidade.

Em suma, essa métrica mede o custo do desperdício.

Métricas Seis Sigma para melhorar processos

Para aprofundar seu conhecimento sobre o conceito de Lean Seis Sigma, sugerimos que leia o artigo; “5 princípios de Lean Manufacturing para aumentar os lucros”.

Existem muitas métricas Seis Sigma, usadas pelos profissionais da área. Os KPIs Lean Six Sigma ajudam as organizações a entenderem se a empresa está indo na direção certa – e se não, para onde precisam concentrar sua atenção.

Qualquer pessoa que trabalhe na gestão de uma empresa precisa entender quais são os indicadores de qualidade principais para seu negócio.

A Frons é uma empresa formada por engenheiros experientes, voltada para a formação e capacitação de profissionais para o mercado de trabalho. Oferecemos cursos de gestão e melhoria de processos desde o nível básico ao avançado.

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Autor

Autor de 2 livros publicados: "Lean Six Sigma: O guia básico da metodologia" e "101 Dúvidas sobre Lean Six Sigma". É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. Estudou Business and Process Management pela University of Arkansas - EUA, direcionando sua especialização em Lean Seis Sigma e Gestão Empresarial. Professor de empresas como BRF, Plasútil, Usiminas, Petrocoque, Avon, Mondelli, UNESP, JohnDeere e de mais de 60.000 alunos na comunidade online. Com mais de 30 mil certificados emitidos, é CEO da Frons, uma plataforma focada em melhoria contínua e gestão de processos.